- O Segredo de uma Promessa
'Cause nothin' lasts forever and we both know hearts can change.. - Guns N' Roses |
Cheguei à conclusão
que tanto indo lá, ou ficando eu tinha lugarzinho ao lado de Deus, porque eu
era uma menina muito linda – e bem convencida. Cocei a garganta emitindo um
"HumHum" e comecei a andar em direção à porta da cozinha, que ainda
tinha a maçaneta viva. Maçaneta viva? Por Deus o que raios eu andava assistindo
na televisão? Estava pior que a Annie, sem sombra de dúvidas. Levei a mão até a
maçaneta e a destranquei com a chave que estava pendurada ao lado. Pronto, era
agora. Que a força esteja comigo. (Star Wars na veia, sorry) Quando eu abri a
porta, pensei que o mundo estivesse no fim e esqueceram de me avisar. Meu
coração parecia que ia saltar pela boca. Minhas pernas ficaram bambas e minha
mão soava feito um chafariz – talvez eu tenha exagerado um pouco. Pronto. Era o
meu fim. Já conseguia enxergar a luz.
-
AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
- Calma. Calma.
Calma. Sou eu.
- Rebeca sua filha da
puta. Que susto dos infernos. Larga a mão de ser esquisita. Sua estranha, não
me assusta, porra!
- VOCÊ TINHA QUE VER
A SUA CARA. – Ela falou deixando a bolsa na mesa enquanto ria.
- O que é seu está
guardado. - falei me apoiando na parede respirando fundo.
- Menina, cê vai ter
um troço?
- Não quero papo
contigo, baiana. – falei enquanto colocava um pouco de suco no copo.
- Cadê a Annie? - ela
perguntou em meio a uma risada.
- Dormindo.
- Sozinha?
- Ela dormiu na minha
cama, enquanto eu arrumava a mala.
- Mala?
- Consegui meu curso
em Londres.
- A Annie ta bem?
- Sabe, Becky, você
devia passar mais tempo com ela.
- Eu tento.
- Não Becky. Não é
tentar. É fazer. O que você sabe sobre a sua filha?
- Eu..
- Qual a cor favorita
dela? – Ela me encarou confusa – Rosa. – Ela abaixou o olhar, mas eu não iria
desistir – Qual a comida favorita dela?
- Eu..
- Lasanha.
- Hn..
- O que ela mais
gosta de fazer?
- Desenhar?
- Ela odeia desenhar,
porque acha que não sabe. Ela ama assistir bob esponja. Ela tem medo do escuro
porque acha que ficou cega. Ela não gosta de ficar sozinha porque tem medo que
ninguém volte pra buscá-la. E você não sabe de nada disso.
- Sinto muito.
- Não é a mim que
você tem que se desculpar. É pra ela. Ela é sua filha e só tem cinco anos,
precisa de você.
- Eu sei.
- Becky, minha mãe
não foi a mãe que eu precisei, e eu sofro até hoje com as conseqüências. Não
faça o mesmo com a sua filha. – Talvez eu estivesse sendo cruel demais, mas eu
não queria a mesma vida que a minha para a minha pequena Annie.
- Acho que vou pedir
demissão.
- Devia. – falei
enquanto tomava outro gole – e se mudar pra Bahia. – conclui rindo.
- Não antes de te
jogar na piscina.
- Nem tente! Sabe que
eu não sei nadar.
- Use bóias.
- Você é tão
infantil, Becky.
- Vindo da menina que
chorou assistindo Toy Story.
- Cala a boca. –
falei jogando o restante do suco nela que ria. – Aquele filme mostra uma
amizade verdadeira. Digno de um choro, não é? – Dei uma risada e me calei. Não
entendi, mas de uma hora pra outra ela ficou séria. – Que foi?
- Quem você pensou
que fosse à porta? – eu desviei o olhar para o copo enquanto o colocava dentro
da pia.
- Ninguém. Por isso
senti medo.
- SeuNome, eu te
conheço.
- Já disse.
- Tem mais ou menos
um ano que eu reparo seu comportamento, e não é normal.
- Vindo da mulher que
não conhece a própria filha, não é? – ela abaixou a cabeça e eu percebi que
havia ido longe demais – Me desculpa.
- Não, tudo bem. Você
está certa.
- Mas me desculpe, eu
não devia me meter nisso.
- Mas se você não
fala, eu jamais notaria.
- É. Tudo bem.
- Isso foi um é, tudo
bem. Ou um é tudo bem. Ou um.. É, TUDO BEM. – eu arregalei os olhos e a encarei
assustada.
- Eu acho que.. sei
lá, da pra você parecer mais normal? – ela apenas deu um sorriso.
- Você já assistiu
esse filme, não se faça de desentendida. – eu apenas ri. – SeuNome?
- Hm? – falei
enquanto pegava uma maça.
- Porque você se
corta? – Pronto. Sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria tocar nesse
assunto. Eu não sei, entrei em pânico e acabei derrubando a maçã.
- AI! – reclamei
quando ela atingiu meu pé.
- Desculpe.
- Não é algo que eu
goste de falar. – ela apenas assentiu com a cabeça enquanto eu pulava num pé
só.
- Vai dormir no sofá?
- Sim, Annie ocupou a
minha cama. – eu estava ajoelhada, minha maçã havia sumido.
- Posso tirar ela e..
Que que você tá fazendo?
- Perdi a minha maça.
- E porque
simplesmente não pega outra na fruteira? – eu a olhei e dei um sorriso, ela
apenas riu. – Quer que eu a tire de lá?
- Não. Seria um crime
acordá-la. – falei enquanto deixava a maçã de lado e voltava para a sala, me
deitando no sofá.
- Você é mais mãe
dela do que eu.
- Isso pode mudar.
- Como irei acalmá-la
quando você for?
- Leia Alice no País
das Maravilhas pra ela. Sempre a distrai quando ela quer chorar.
- E quando ela quiser
você?
- Basta me ligar.
- E se ela chorar a
noite?
- Ela é sua filha.
Vai saber acalmar ela.
- Sabe.. eu não
queria pedir isso mas.. – Ela se sentou na poltrona que havia em frente ao meu
sofá e me encarou – Pode levá-la contigo? Ela vai ser mais feliz ao seu lado.
- O QUÊ? – ela fez
sinal de silêncio e eu abaixei o tom da minha voz – O quê? Está louca? Como
pode desistir da sua filha?
- O que eu posso
oferecer a ela? O pai a deixou, eu sou apenas uma empregada.
- Não importa. Você é
a mãe dela. Ela não vai se importar com seu trabalho, Becky.
- Mas eu tenho medo.
- E é normal sentir.
Mas você não pode deixá-la. Não cometa o mesmo erro que a minha mãe. – eu a vi
coçar os olhos. Ela estava chorando. Acho que foi a primeira vez em que ela
enxergou a burrada que estava cometendo. Uma boa ação da minha parte. Será que
isso garante alguns dias no céu? – Pode dormir no meu quarto com ela. Ela
acorda no meio da noite, e se não encontrar ninguém, irá se assustar.
- Obrigada SeuNome.
Obrigada.
- Ah. De nada. –
falei envergonhada. Não sou muito boa em expor meus sentimentos em voz alta. Um
péssimo defeito.
- Você é a minha
única amiga. Não queria perder isso.
Acho que foi a
primeira vez em que eu a vi como pessoa, e não como empregada. Becky não tinha
ninguém na cidade, havia perdido a mãe aos dezoito anos, e engravidado aos
quatorze. Um grande erro, a única coisa boa nisso tudo havia sido a Annie, já
que o pai fugiu. Rebeca era gentil, engraçada e sofria calada – algo que
compartilhamos. Tentava ganhar a vida como podia para garantir uma boa vida
para filha, mesmo que isso signifique abandonar seus sonhos. Qual era o seu
sonho? Ela queria ser cozinheira em um restaurante famoso. Mas o seu erro foi
achar que conseguiria isso com a minha mãe. Eu a olhei ali, sentada, indefesa,
com a cabeça baixa e desejei entendê-la. Como era você precisar do colo de sua
mãe e não o ter? Quer dizer, eu não o tinha, mas a minha mãe estava por perto e
um dia – com muita sorte – a sua maternidade poderia falar mais alto. E quanto
a Becky? A quem ela iria recorrer? Ela não tinha ninguém – fora eu. Não sei o
que deu em mim. Normalmente eu evito contatos físicos com os outros, mas.. Por
alguma razão eu senti a vontade de abraçá-la, e assim o fiz.
- Becky, queria tanto
que você pudesse vir comigo. – fui sincera. – Queria ter você e a Annie ao meu
lado quando eu começar a minha nova vida. - falei enquanto a soltava.
- Não posso.
- Eu sei.
- Irá me ligar, não
é?
- Mas é claro. E vou
te contar sobre os boys Londrinos.
- Falam que eles são
os melhores.
- Acho que eu vou me
acabar lá.
- Cuidado com a
tromba, mulher.
- Cala a boca,
baiana.
- Obrigada,
SeuApelido. – sorri envergonhada. Era a primeira vez que ela me chamava pelo
apelido. – Por não me tratar como sua mãe.
- Sou diferente dela.
- Um pouco. Mas ambas
tem um personalidade bem forte. – eu ri e ela continuou – Vocês são corajosas e
fortes.
- Não sou forte como
pensa. Choro a noite quando tenho pesadelo.
- Eu escuto.
- Desculpe.
- Também escuto
quando você.. Sabe..
- Escuta?
- Normalmente você
quebra algo, e escuta a mesma música, It’s not easy. – eu abaixei a cabeça. –
Porque você faz isso?
- Costumava me
acalmar.
- Costumava?
- Ultimamente eu
tenho buscado consolo em outra coisa. – ela arregalou os olhos e eu ri – Não.
Na música Becky. Na música.
- Ah bom.
- Por isso estão
cicatrizando. - Respirei fundo. Como eu odiava tocar nesse assunto. - É o nosso
segredo?
- Nosso segredo.
- Promete não me
entregar pra minha mãe?
- Prometo. Mas o que
a Annie sabe sobre isso? – ela perguntou. O motivo era até considerável. Não
seria bom uma criança saber disso.
- Ela pensa que eu
caio quando estou triste.
- Annie tem um bom
coração.
- Poderia abrigar o
mundo inteiro, caso ela quisesse.
- Ela me disse que
você canta bem.
- Tão bem quanto sei
arrumar uma mala. – eu comecei a rir e ela me acompanhou.
- Quando é o seu vôo?
– ela perguntou em uma voz fraca.
- Amanhã à tarde.
- Posso te levar ao
aeroporto?
- Eu queria ir com a
minha mãe. Quer dizer.. É a última chance de despertar o espírito maternal
nela.
- Claro. Eu entendo.
– seu tom de voz era visivelmente chateado. Me senti a pior amiga do mundo. –
Eu preparo um café reforçado pra você.
- Para Becky. Eu
posso preparar algo pra comer.
- Mas eu sou a sua
empregada.
- Pois então está
demitida. – ela riu – Seja apenas minha amiga e cuide bem da Annie pra mim. –
senti uma lágrima escorrer e eu a limpei depressa.
- Queria entender o
que lhe aconteceu antes de eu chegar aqui. – Becky foi contratada para ser a
minha "companheira" quando tudo havia acontecido. Minha mãe estava preocupada
por eu ter começado a estudar em casa, e em vez de chegar até mim, teve a
geniosa ideia de mandar outra pessoa, a Becky. Ela tinha dezessete anos, e eu
quinze. E no fim, quem mais me ajudou foi a Annie.
- Desculpa Becky. Não
posso.
- Esperarei você
estar pronta.
- Envolve muita
coisa.
- Está tudo bem. – eu
não respondi – Durma bem e.. Boa viagem.
- Cuide bem da Annie.
- Certo. Cuide-se.
- Garnier.
- Para cachos
rebeldes. – nós rimos e ela apenas subiu.
Eu não sou boa com
despedidas. Não sou boa em consolar alguém. Na verdade eu ainda não encontrei
algo em que eu possa dizer ser boa, pra ser sincera. Não sou boa em dizer em
voz alta o que se passa em meu peito. Me sentia constrangida. Pior que isso só
dormir no sofá – péssima comparação. Eu queria poder levar a Becky e a Annie.
Durante os últimos anos elas foram as únicas que eu poderia chamar de família,
e agora eu estaria deixando pra trás junto com o clima perfeito do Rio de
Janeiro.
Meu celular havia assoviado – recebido SMS. Meio sonolenta eu o peguei. "número desconhecido". Franzi a testa desconfiada. "Não irá fugir de mim. Irei onde você for". Pânico, é o que traduz o que eu senti. Meu coração acelerou e eu senti que estava perdendo a respiração. Alguém estava atrás de mim? Quem? E por quê? O que eu havia feito pra merecer isso? Eram tantas perguntas que se formavam em minha cabeça e eu simplesmente não conseguia responder nenhuma. Meu estômago revirava, eu não conseguiria dormir nem tão cedo. Minha vista pesava e meu corpo suplicava por descanso, mas eu não conseguia tirar aquela mensagem da cabeça. O que eu iria fazer? Iria ficar sozinha em Londres. E se fosse um sequestrador Mas.. Que tipo de sequestrador manda mensagens? Eram tantas perguntas.. Eu estava me sentindo naqueles filmes onde o lobo mau persegue sua presa durante todo o filme e somente no final ele é abocanhado. Mas o fato é: Eu sou o lobo ou a presa? Algo estava entalado em minha garganta. Não, não SeuNome, você não irá chorar. Engole isso. Mas.. Eu não sou corajosa o suficiente pra aturar isso. Não sou.. O que eu iria fazer? Chamar a Policia? Minha mãe? Será que ao menos uma vez ela iria se preocupar comigo? Tantas perguntas sem respostas.. O cansaço acabou me vencendo e eu simplesmente apaguei.
Então gente, acho que com os comentários que eu li, preciso explicar algumas coisas. Primeiramente, eu gostaria de agradecer a todos que leram e estão me apoiando, isso é essencial pra mim. Segundo, sim. Eu postava em outro blog, e a fic era Tell Me a Lie, e não passou do terceiro capítulo. Agora está completamente modificada, já tenho até o capítulo seis pronto, e o sete está quase no final.Mas digam, o que acharam? Estão curiosos? Se preparem, a coisa tende a piorar. *-* (Estou me sentindo má, UHAEUHAEUAH) Ah. Meus gifs iniciais não tem nada a ver com a história, eu só coloco o que mais gosto, e como estou fissurada em Kiss you.. Pois é. Obrigada novamente. Até o próximo capítulo.
Parabens e contiinuaa pq estouu mega curiiosa para saber oq vai acontecer
ResponderExcluirQe perfeitoooo!continua pleaseeeeee, bju dudaa
ResponderExcluirParabenss continua to mto curiosa!! ><
ResponderExcluirBiiah
Tá muito lindo!!Perfeito mesmo, continua linda! Gabi!
ResponderExcluirVoce escreve muitoooooooooooo bem! Parabens!
ResponderExcluirContinua logo pf pf pf s2
tá perfeito!
ResponderExcluirCuriosissima! Parabens, ta P E R F E I T A M E N T E bom, vc e má, vou ter um Heart Attack, kkkkkk
ResponderExcluirHahaha!!!ta muito boa!!
ResponderExcluir-A
HAAAAA to amando vc e d+ guria amei sua personalidade má !!!
ResponderExcluirkkk
bjokks
paty s2
Está demais
ResponderExcluirVocê escreve como uma escritora profissional!!!
Continua bjss...
Posta o outro capitulo logooo, to muito ansiosa, eu to amandoooo, vai postar hoje né ?? Ta muito perfeitoo :)
ResponderExcluirContinua está deeeeeemais!:D
ResponderExcluirMuitoooo perfeitoo por favor continue
ResponderExcluirnossa está muito perfeito, continua!!!
ResponderExcluirvocê poderia divulgar nosso blog?
se puder o site é http://sonhedirectioners.blogspot.com
Muito mistério . Amei!
ResponderExcluirPefeita, essa fic é perfeita!
ResponderExcluirQue lindaaaaaaaaaaaaaaa, muito fofa e misteriosa!!!! Posta o próximo logoooooo!
ResponderExcluirto adorando sua história! *u*
ResponderExcluirEstou amando essa fic!!!
ResponderExcluirTá perfeita...
Tô ansiosa pelo próximo capítulo!!!
Você escreve muito bem. Parabéns!!!
Gostaria que você lesse o meu blog: http://sonhandocom1d.tumblr.com
Beijoss...
Sua fic tá perfeita !
ResponderExcluirPelo amor de Deus,continua amoore, tô mega curiosaaa ! *--* xx Dani
ResponderExcluirNOSSA! OMG! RESUMO DISSO TUDO: DEMAIS, LEGAL, SURPREENDENTE.
ResponderExcluirPOR FAVOR FAZ O OUTRO CAPÍTULO!!!!!!!!!!
TÔ MUITO CURIOSA!!!!!!!!
Eu to amando velh eu rir demais na hora q ela começo a pedir perdao antes de morre coitado do cahorro kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ...ai Jesus continua! Please!
ResponderExcluirBy:Brenda O.
muito bom por favor continuaaa!!!super curiosa pra ver quando ela ira coonhecer os gatinhos londrinos(rsrsrs)-tadinha de "mim" vou ficar longe da Rebeca e da Annie,mais vou ter uma otima oportunidade de ir pra Londres
ResponderExcluirby:Duda
ta demais flor! parabens! ... e continua pq to muito curuosa!!!! bjs
ResponderExcluirbela
CARACA....Mano Você é Minha Rainha Continua esta d+.
ResponderExcluirPerfeitoooooooooo continuee*-*
ResponderExcluirPerfeitoooooooooo continuee*-*
ResponderExcluirISSO TA PARECENDO PRETTY LITTLE LIARS
ResponderExcluirnossa muito perfeitooooooo *-*
ResponderExcluirnossa eu dorei ta muito ao sua fic parabens
ResponderExcluirnossa eu adorei ta muito boa sua fic parabens!!!
ResponderExcluirEssa e a que a Camila disse que era mais romântica??Eu amo romance,me indica uma de romance??!:)
ResponderExcluirAmei, é otima
ResponderExcluirperfeitoooooo to me imaginando na historia vei xx maria
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