Irish Angel - Capitulo dois


Como foi que isto começou a ser? Eu não sei como você me encontrou, mas do momento que eu te vi no fundo do meu coração eu sabia: "Garota, seu destino é meu destino" - Destiny/Jim Brickman
 "Acredite que se torna real"
Você P.O.V's
         O silêncio daquela sala era como se estivesse avisando que era pra mim me decidir logo, se eu ficaria e enfrentaria meu pai, se eu ficaria para ver sua reação, ou se eu sairia por aquela porta, mesmo eu tendo 15 anos tenho certeza que Justin não tentará me prender aqui, assim como a minha mãe que sempre tenta entender o meu lado.

Justin: Bom SeuNome e ai?
Eu: Eu... bom, eu vou ir andar. -disse indo ao meu quarto pegar minha touca e minhas luvas-
Justin: Vai nevar.
Eu: Não tem problema, eu estou bem quente. -respondi voltando a sala-
Justin: Quero ver quando aquelas partículas de neve atingirem seu rosto se você dirá isso de novo.
Eu: Olha Justin, só não fico pra discutir por medo do papai chegar.

         Eu caminhei até a porta que já estava aberta, coloquei as luvas e sai enquanto Justin se deitava no sofá, desci as escadas que se encontravam a frente da minha casa e enfiei minhas mãos no bolso andando, eu tinha 20 dólares no bolso dava pra comprar alguma coisa simples pra comer, mas como são três horas da manhã ainda, prefiro ficar andando por ai, quando der cinco horas que não deve demorar muito eu paro em alguma lanchonete e como alguma coisa e volto a andar até dar oito horas, assim eu encontrarei com Justin e Jasmine indo pra escola e eles podem me dar dinheiro, quem sabe!
         A rua estava vazia, as luzes de todos os lugares estavam se apagando deixando a visão melhores das estrelas, ainda não tinha começado a nevar, mas estava mais frio que antes, eu não tinha andado muito e nem dava também para andar, minhas pernas estavam geladas e se eu movimentasse elas rápidas com certeza aconteceria o famoso formigamento e eu começaria a me contorcer no chão.
         Parei do lado de uma cabine telefônica e comecei a pensar aonde eu iria tarde da noite, foi quando lembrei de Maria Rosário, uma senhora de 60 anos que não faz nada dentro de casa e dias de final de semana eu costumo ir até sua casa lhe ajudar a limpar sua mísera bagunça, quem sabe ela poderia me ajudar em uma hora dessas, eu comecei a andar de volta pro caminho de onde vim ela deveria estar com certeza assistindo televisão já que ela dorme de dia e a noite fica acordada esperando seu neto de 17 anos que só pode visitá-la a noite. Virei a última esquina e avistei sua casa lá no fundo, azul-claro da cor do céu, as portas e janelas brancas e com uma bela caixa de correio verde, o que não combinava com a casa mas sim com o jardim em frente, sua casa precisava ser pintada mas como ela mesmo diz “Os meus filhos estão cuidando dos filhos deles, mau tem tempo pra mim” coitada, eu tinha dó dela, ela me contava cada coisa que seus netos aprontavam quando era menores, ela também me contou que seus filhos não ligam muito pra ela porque a um tempo atrás ela foi injusta com o seu marido, e o traiu e todos da família descobriram, sua família é enorme e muito a criticaram já outros como seu neto ficou do seu lado.
         Cheguei em frente a sua casa e dei duas batidas na porta, suspirei fundo e escutei o barulho da televisão, bom ela poderia estar, dormindo, andei até a janela e ela conversava com alguém que já estava na porta, me virei para ir depressa a porta que ia ser aberta e tropecei em um vaso de flor o quebrando, fiquei parada com os olhos arregalados enquanto eu via a flor que a Rosário mais gostava no chão. A porta foi aberta com rapidez após o barulho do vaso quebrando e então eu escutei passos e logo depois vozes, eu queria que aquilo não fosse verdade eu estava arrepiada e pedindo a Deus que nada mais de errado acontecesse.

-O que você está fazendo? -uma voz masculina disse confuso e eu me virei e ergui a cabeça olhando pra quem estava na porta, um menino de cabelos castanhos, olhos castanhos um pouco mais escuro que os cabelos, ele vestia um moletom cinza e uma calça jeans azul clara e ele estava de meias brancas, mas que desperdício de sabão- Você vai me responder ou vai ficar ai parada olhando pro vaso? -ele deveria ser o neto dela de 17 anos-
Eu: Eu... e-eu.. -gaguejei- preciso falar com a Rosário. -ele franziu o cenho-
-Ela não vai gostar de falar com você, depois do que fez. -ele se referiu ao vaso-
Eu: Me desculpa eu sou desastrada as vezes, eu arrumo, eu concerto, eu compro outro se precisar.

         Ele virou as costas pra mim sem avisar o que ia fazer, ou se ia chamar a Rosa pra mim, que grosseria! Puxei as mangas da minha blusa e o frio batia na minha nuca, a porta estava bem aberta mas eu não sou tão mal-educada para olhar lá pra dentro, fiquei ali batendo os pés no chão e olhando pros lados, esperando alguém me notar aqui nesse miserável frio.

-Entre. -o garoto disse e abriu passagem pra que eu fosse-
Eu: Obrigado. -agradeci entrando e avistando a senhora ali sentada na poltrona com uma xícara de chá em mãos, típico britânicos- Olá Rosa. -dei um beijo em sua bochecha e ela insistiu em me abraçar-
Rosário: Olá menina. -ela me chamava de menina, até me sentia em um daqueles filmes aonde a mocinha tem uma avó que a chama de menina, super constrangedor- Vejo que conheceu meu neto, que não tá em um dos seus melhores dia.
-Na verdade eu não estou de bom humor, porque eu trabalhei o dia inteiro e não consegui dormir, e quando consigo pelo menos cochilar uma garota que tem mais intimidade com a minha avó que eu bate na porta me fazendo levantar da poltrona e cair no chão e de certa forma machucar o meu nariz. -ele se defendeu sendo sarcástico-
Eu: Pensei que você tinha machucado a testa. -respondi no mesmo tom que ele, que ergueu as sobrancelhas e girou os olhos-

         Escutei uma risada e me virei e era a Rosário, ela acabará de rir com nós dois dando um de idiota, um moleque de 17 anos e uma menina de 15, com certeza só rindo mesmo para aturar infantilidade a essa certa hora.

-Do que você está rindo vó? -o menino de testa grande, na verdade o gatinho de testa grande, como vou chamá-lo apartir de agora, perguntou-
Rosário: Vocês dois são muito engraçados, me lembra muito eu quando tinha 12 anos, adorava implicar com os meninos da minha escola, mas as mães deles achavam que eu era muito vulgar. -eu gargalhei-
Eu: Como sempre as mães achando que os problemas são sempre nas mulheres, mau elas sabem que é os homens que fazem as mulheres serem vulgares.
-Epa, como é essa história? -ele perguntou dessa vez se sentando-
Eu: Ué, se vocês homens não ficassem com esse jeito idiota de ficar olhando pra as coxas das mulheres todas elas não usariam shortinhos, afinal elas usam shortinhos para agradarem os homens, serem notadas por eles.
-Eu não vejo uma mulher pela bunda, ou pela perna, ou pelos peitos... eu a vejo pelo caráter. -ele se defendeu e eu ri-
Eu: Não venha com esse papo pro meu lado, não duvido que quando uma garota com um decote apareça na sua frente você não olhe para o seu ponto alvo. Ou vai querer conversar sem olhar pra lá? -ele revirou os olhos e se calou olhando pra televisão, ergui as sobrancelhas e sorri vitoriosa, ficamos em silêncio por uns dois minutos- Rosário? -ela me olhou e sorriu- Posso passar a noite aqui?
-Já está passando. -o gatinho da testa grande respondeu pela Rosa-

         Eu subi minhas pernas ao sofá e me encostei no braço do mesmo, o garoto estava de mau jeito na poltrona, ele é tão burro que nem sabe que a poltrona vira uma certa cama, levantei do sofá e puxei o pé da mesma fazendo ele se ajeitar e puxei a frente formando uma espécie de cama, ele me encarou e esticou as pernas, cabia ele direitinho ali, ele nem me agradeceu, eu me deitei no sofá, virei pro lado extenso e por conta das almofadas macias eu consegui dormir.

[…]

-VALEU VÓ, FOI MUITO LEGAL PASSAR A NOITE COM A SENHORA, EU GOSTEI DE RIR COM VOCÊ, CONVERSARMOS COISAS LEGAIS. ATÉ AMANHÃ! -eu acordei com a voz do infeliz do menino falando alto-
Rosa: Por quê você está gritando? Eu estou na sua frente.
Eu: Ele tá tentando me acordar. -eu disse abafado por conta de ter enterrado meu rosto no sofá- idiota. -reclamei-
-A propósito eu notei que um dos seus vasos estão quebrado lá fora. -eu arregalei os olhos e me sentei no sofá- Acho que foi algum animal que tropeçou.

         Garoto eu vou levantar e bater em você. -pensei-

-Prazer em te conhecer menina. -ela repetiu como a avó dele havia falado comigo assim que cheguei-

         Arrumei meu cabelo e o encarei de cima abaixo, ele estava com a mesma roupa, seu rosto estava amassado e seu cabelo estava liso, não caindo em sua testa porque seu cabelo era curto, mas o seu topete tinha se desfeito. Olhei para a porta, e ela estava aberta, e lá fora estava coberto de neve, foi que senti um frio bater diretamente do meu rosto.

-TCHAU VÓ. -o garoto gritou e eu tomei um susto e eu ouvi ele rir-
Eu: Nossa senhora, estou com uma dor de cabeça que acho que vai me matar. -ele riu de novo-
Rosário: Vou pegar um remédio pra você. -assenti e ela saiu-
Eu: Nem te conheço e já é insuportável.
-Manda um beijo pra minha avó. Tchau! -ele disse saindo e fechando a porta, logo Rosa voltou com o remédio e me deu pra tomar com água-
Rosário: Ele já foi? -ela fez feição de triste e eu concordei com a cabeça e ela fez um beicinho- Ele é um gato né? -engasguei com a água e ela riu-
Eu: Sei lá... -terminei de tomar a água e levantei pra colocar na cozinha- Que horas são? -gritei da cozinha enquanto me espreguiçava-
Rosário: Dez e vinte. -ela disse e eu concordei com a cabeça-
Eu: Era pra eu ter encontrado meus irmãos hoje as oito. -diz aleatoriamente indo na direção do banheiro-
Rosário: Posso te fazer uma pergunta? -ela parou na porta do banheiro me vendo urinar, assenti com a cabeça, enquanto coçava meus olhos- Por quê veio passar a noite aqui? Aconteceu alguma coisa?
Eu: Não, é que eu fiquei sem sono e resolvi dar uma volta, lembrei que a senhora estava acordada e então resolvi vir pra cá, minha irmã e o meu irmão roncam e eu não posso dormir na sala. -ela riu e saiu do banheiro me deixando sozinha-

         Sai do banheiro fechando a braguilha da minha calça e arrumando meu moletom, dei de cara com a Rosário mexendo nas panelas na cozinha, essa mulher tinha uma determinação de Deus. Fui até ela e estiquei seu braço a fazendo rir e olhei em seu relógio dourado que ela não tirava do braço por nada, era dez e vinte cinco, me espreguicei mais uma vez e ela me esticou uma xícara de café.

Eu: Não quero, vou ir pra minha casa agora, faltei a aula hoje e a minha mãe vai me matar.
Rosário: Tá bom querida, ainda estamos rezando pela sua mãe? Ela já fez a quimioterapia?
Eu: Ela fez ontem de tarde e o médico disse que ela não foi muito bem que do jeito que ela era antes ela tinha mais desempenho, agora que ela teve que vir pra Inglaterra só pra fazer quimioterapia ela tá se deixando levar pelo câncer e não tá obtendo sucesso. -olhei nos olhos de Rosário que prestava atenção em minhas palavras-
Rosário: No Brasil era melhor?
Eu: Era, porque as amigas dela davam o maior apoio, mas se ela continuasse fazendo o tratamento lá, ela não ia conseguir cura. Então o único jeito foi vir pra Inglaterra, aqui tem o melhor tratamento pra câncer no pâncreas.
Rosário: Deus abençoe que ela consiga a cura. Que ela não desista que ela continue firme e forte.
Eu: Eu espero que Deus cuide dela mesmo, eu espero que ele esteja vendo o quanto ela está lutando pra conseguir se curar disso. -estava quase chorando- Não tá fácil Rose, eu tento fingir que tá tudo bem, mas na verdade não tá, eu me preocupo a cada dia, e ontem quando o médico disse ao meu irmão que ela não estava obtendo resultado eu surtei, eu queria chorar.. como se ele já tivesse dito o dia de sua morte, eu não sei o que fazer se um dia ela chegar a falecer. Eu a amo tanto. -disse já chorando-

         Rosário veio na minha direção me aconchegando em seu peito, era confortável e o que eu mais precisava nesse momento, continuei chorando enquanto ela passava suas mãos enrugadas e macias em meus cabelos.

Eu: Eu fiz tanta coisa errada que eu tenho medo da minha mãe ir embora e eu não poder dizer a ela o quanto eu me arrependo por tudo, no fundo eu sei que ela sabe que eu me arrependo mas eu queria ter coragem de dizer o quanto eu me arrependo do que fiz, do quanto eu ainda tenho esperanças de recomeçar do zero e ter a minha família em um domingo sentados em uma mesa cheia de comidas de domingo e jogando conversa fora. -ri e a Rosário deu um beijo na minha testa-
Rosário: Acredite, porque sonhos não são impossíveis, se você acreditar que um dia isso possa se tornar real, acredite ele vai se tornar. Um dia isso tudo terá um fim e você sorrirá novamente como sempre sorriu. -eu a soltei e sorri fraco pra ela e ela retribuiu-
Eu: Muito obrigado por ser a pessoa que eu mais posso confiar nesse momento, obrigado por ser uma segunda mãe pra mim! Muito obrigado. -ela sorriu-
Rosário: Não precisa agradecer, você é um anjo que apareceu na minha vida.

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12 comentários:

  1. Amando desde já essa Imagine *-*

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  2. Ta lindo Cami!! Está realmente perfeito.
    :))

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  3. Ta lindo Cami!! Está realmente perfeito.
    :))

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  4. Estou adorando a fic!!!!!
    Annah C

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  5. Cara ta demail mesmo posta outro hoje pfff

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  6. Muito bom! Continua! Perfeito de mais!

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  7. Continua, está ficando Maravilhoso
    Kissus

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  8. Con-con-continua!!
    cê é mô diva hein? Con-ti-nu-a sua di-va

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  9. CA-RA-IO KKKK GO GO GO CONTINUA PLESE EU PRECISO LER ESSA FIC
    xxLuuh

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  10. Fanfic liinda , ameei . (:

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