Our Destiny - Capítulo dois.


Capítulo dois – Entregadora de encomendas.
Simples Assim!
SeuNome P.O.V’s 

            Faltavam uma semana para que eu recebesse meu salário e duas para começar as minhas aulas naquele colégio, eu estava muito ansiosa e muito animada também, não que fosse o meu sonho estudar naquela escola, mas andei pesquisando e lá tem muitos adolescentes da minha idade, são sexos mistos e tem muita gente, talvez eu não me sinta excluída e consiga me encaixar no grupo de alguém com tanta gente assim, quanto mais melhor, ou não.
            Entrei na sala aonde ficava as caixas para encomenda e ali tinha três caixas com o meu nome, para que eu entregasse, revirei os olhos e caminhei até elas. Duas delas eram no mesmo lugar, aqui perto em uma cafeteria, já a terceira era em Cheshire.... de novo? Era quase todo dia uma encomenda na mesma casa, pra mesma pessoa. O que tanto Gemma Styles compra? Eu não deveria questionar afinal, fiz amizade com Harold? O garoto do nome esquisito, toda vez que vou até sua casa, ele costuma abrir a caixa de correio e nós conversamos por ali, eu não tenho vergonha de falar com uma porta já que ninguém pode me ver, afinal a rua permanece vazia desde aquele dia, e as pessoas poupam sair de casa a pé. Harold era um bom garoto, ele costumava me contar piadas e falar coisas sem sentido, durante esse tempo que estive trabalhando, ele foi a melhor distração que eu poderia ter.

[…] 

            Parei em sua casa e desci com uma caixa menor em mãos, atravessei a rua e olhei em volta, permanecera vazia, coloquei a caixa no piso de madeira e estiquei meu dedo para tocar a campainha, assim que o barulho se espalhou pela casa, uma movimentação agitada começou lá dentro, toquei a campainha mais uma vez, e assim que apertei a caixa de correio abriu e um cheiro maravilhoso de perfume se espalhou, sorri e abaixei para tentar ver o menino, mas eu nunca conseguia, eu não entendia porque ele não gostava de aparecer, eu não sabia como era seu rosto, e nem como era sua fisionomia, se era alto, baixo, cabelos loiros, castanhos, pretos, se seus olhos eram castanhos, se ele usava aparelho, se usava óculos, seu jeito de se vestir, eu não sabia nada além do seu nome ser Harold, e a cor preferida ser azul.

Eu: Oi, você tá usando um perfume forte hoje. – cocei o meu nariz e escutei a risada dele do lado de dentro.
Harold: É que eu estava vendo qual fica melhor. E então.... o que veio fazer aqui hoje?
Eu: Mais uma entrega.
Harold: Uma pena, achei que tivesse vindo me visitar.
Eu: Ah sim, hoje e as outras seis vezes que vim aqui.
Harold: Você veio seis vezes aqui?
Eu: Sim, e tudo indica que hoje será a última vez. – me apoiei em um banco que tinha ali, ainda assim dava pra conversar e ouvir ele.
Harold: Jura? Mas porquê?
Eu: Daqui duas semanas começam as minhas aulas, eu tenho folga essa semana para ir comprar as minhas coisas, e na outra semana é a semana que eu só entrego cartas.

            Ficamos em silêncio, ele não disse nada e eu abaixei a minha cabeça olhando pro chão, eu não sei o que tinha acontecido, porque o silêncio tinha se instalado, não entendi porque Harold permanecia quieto, ele não era sim, tinha uma resposta seguida de uma pergunta e a nossa conversa nunca acabava, talvez tivesse sentindo a mesma “coisa” que eu sentia. Eu me sentia bem em saber que tinha alguém para conversar já que meus tios eram chatos demais para eu querer ter qualquer tipo de assunto com eles, meu quarto era vazio e amigos eu não tinha nem no trabalho. E esse garoto, tão simples e misterioso, ele era a única pessoa que eu tinha pra conversar, e eu me sentia bem em saber que pela primeira vez falavam comigo sem segundas intenções.

Harold: Eu vou sentir sua falta. Não costumo conversar com muita gente.
Eu: Eu também não, na verdade eu não falo muito. Meus tios até me chamam de mudinha. – ri porque era engraçado quando eu falava.
Harold: Meu Deus, que horror. – ele falou gargalhando. – Você não é desse país né? Tem um sotaque diferente.
Eu: É que eu sou Brasileira. – falei sorrindo mesmo que ele não pudesse ver o meu sorriso. Mas eu sentia orgulho de falar assim, estufando o peito e sorrindo. “eu sou brasileira”
Harold: Mmm, o Brasil. Bem que falaram que as pessoas de lá eram bem legais.
Eu: Olha eu vou concordar com você, lá eu tinha amigos e muitos, aqui eu não tenho amigo algum.
Harold: Eu sou seu amigo.
Eu: Ah sim claro, você fica do lado de dentro da porta, você me vê, mas eu não te vejo é uma bela amizade essa.
Harold: Na internet é assim não é?
Eu: Sim mas....
Harold: Então, aqui é como se fosse a internet.
Eu: Ilusionista. – gargalhei.
Harold: E então, quer contar?
Eu: Contar o quê?
Harold: Como você saiu do Brasil, começou a morar com os seus tios e parou trabalhando como entregadora?
Eu: Ah eu não posso contar algo pra alguém que eu não conheço.
Harold: Claro que conhece, eu sou seu amigo não sou? Ou você fica ai do lado de fora nesse frio conversando comigo porque é uma pessoa educada?
Eu: Claro que é isso. – ri
Harold: Claro que não é SeuNome.... vamos lá, me conta sobre você. É assim que vamos conhecer mais sobre cada um.
Eu: Eu conto, se você me contar algo sobre você.
Harold: Okay, eu menti pra você....
Eu: O QUÊ? Mas a gente acabou de se tornar amigos e você já mentiu pra mim? Se você estivesse do lado de cá eu batia na sua cara. – falei fingindo estar irritada.
Harold: Olha, desculpa.... é sério, eu peço desculpas. – comecei a rir com a forma apressada que ele falava. – Obrigado por me assustar.
Eu: Tudo bem, me fala.... o que você mentiu?
Harold: Meu nome é Edward, e não Harold.
Eu: Edward? Sério? E porque falou Harold?
Edward ou Harold: Porque eu pensei que você me conhecia.
Eu: Conhecia? Como assim? Olha aqui, é melhor você contar sobre você primeiro.
Edward: Não, você vai me odiar.... conta você primeiro, assim eu vou sentir mais liberdade pra te contar. – suspirei fundo.
Eu: Se eu te contar sobre mim, você conta sobre você?
Edward: Conto.... eu prometo. Estou fazendo um X no meu coração agora, mas você não pode ver.
Eu: Ah, engraçadinho. – ri um pouco baixo. – Tudo bem vou te contar.... – escutei um barulho de dentro da casa do Edward, que a minutos atrás achei que era Harold.
Edward: Bom, estou sentado.... pode começar.
Eu: Okay.... Bom, por onde eu começo?!
Edward: Do começo, eu acho que seria o melhor....
Eu: Okay Haro.... Edward.... – respirei fundo. – Bom, quando eu tinha dez anos, a minha casa foi invadida por policiais, tinham muitos policiais, a minha mãe me puxou do chão em que eu brincava e me deu uma mala, uma mala pequena, nada que você falasse “tem a casa dela ai”. Tinha dinheiro naquela mala, muito dinheiro, eu compraria a Inglaterra com aquele dinheiro. – olhei pros lados, realmente tinha muito dinheiro, mas não precisava exagerar – Mamãe disse pra não dar o dinheiro a ninguém e fosse embora dali, que quando eles saíssem da cadeia ela encontraria comigo e pegaria o dinheiro de volta, não era pra ninguém saber dele e pra não contar a ninguém. Enfim, mamãe disse pra eu correr, então eu fui pra casa da minha avô e escondi a mala lá, só que o inesperado aconteceu, duas semanas depois os meus avôs foram até a delegacia, só que meus pais não constavam como preso, eles ao menos eram foragidos, eu nunca soube nada sobre os dois. Quando completei doze anos, a casa da minha avô foi invadida a noite.... parece que as pessoas adoram invadir as casas em que eu estou. – sussurrei. – Enfim, os caras que entraram queriam alguma coisa, só que o meu avô me escondeu no sótão, junto comigo estava aquela mala e a minha avó, os caras quebraram tudo e o que eles queriam eles não encontraram. Dois anos depois, com quatorze anos, meus avôs me mandaram direto pra Inglaterra para ficar com os meus tios, eles disseram que seria mais fácil eu me adaptar aqui, eu não havia entendido muito bem, mas eu aceitei né, e vim....
Edward: E a mala?
Eu: Eu trouxe escondida comigo nas minhas coisas, meus tios não fazem ideia o que tem nela. E mesmo se soubesse não conseguiriam alguma coisa, ela é trancada.
Edward: Porque você não abre?
Eu: Se fosse fácil.... tem senha. – rolei os olhos lembrando as noites que eu ficava em claro tentando abrir aquela maldita mala.
Edward: Ah, eu entendi.... hm.... continua.
Eu: Okay. Eu vim para a Inglaterra, os meus tios não podiam ter filhos, então eles me adotaram, não no papel, mas fisicamente sim. Hm.... e meus pais, constou a dois anos que eles morreram em um acidente indo em direção a delegacia, por isso quando meus avôs foram a delegacia, não tinha nada constado. Enfim, eu ganhei uma bolsa pra estudar nessa escola e os meus tios deixaram que eu estudasse lá, eles gostaram da ideia de eu ser mandada pra longe deles, já que eu percebo que eles não gostam de mim. E eu estou trabalhando como entregadora porque vai ser melhor sabe? Eu vou ganhar o dinheiro suficiente pra eu comprar meu material, uniforme e ainda sobra pra lanches. – ri alto e Edward ficou em silêncio. – Edward?
Edward: Oi.... eu tô aqui, é que eu estava pensando.... você passou por tudo isso, tipo, perdeu seus pais, foi morar com os seus tios, eles te odeiam e você ainda faz piadas?
Eu: Você não entende.... eu me sinto péssima todos os dias, eu acordo e vejo que meus pais não estão ali pra fazer um café, ou apenas pra eu desejar um bom dia a eles, eu sinto falta de abraçar a minha mãe no aniversário dela, ou ver o sorriso dos meus pais vendo como eu venho amadurecendo, mas Edward um dia a gente cansa de esperar e começa a se sentir mal, mas eu não preciso disso, a vida não é baseada de tristezas, tem tanta coisa boa nela pra ser vivida e eu vou ficar pensando somente no que me fez derrubar? Mas e aquilo que me mantêm em pé? Que me manteve firme por todos esses anos? São essas coisas que me sustentam que vale a pena viver a vida.
Edward: Pensando por esse lado.... você tem razão!
Eu: Eu sempre tenho razão. – ergui uma sobrancelha antes de sorrir e escutar Edward gargalhar, era a única coisa que eu tinha dele, o som da sua risada e da sua voz, não sabia suas expressões, não sabia absolutamente nada dele, já ele por outro lado, através do buraco da sua caixa de correio poderia me ver por inteira. – E então Edward, vai me contar sobre você?
Edward: Claro, eu prometi.... – falou alto.
– Oi tudo bem? – uma garota interrompeu o que Edward ia dizer, ela estava do lado de fora da casa e me olhava séria, seus cabelos eram claros, parecia algodão.
Eu: Tudo e você?
– Precisa de algo?
Edward: Gemma? Gemma é você? – ele falou do outro lado da porta.
– Garoto porque você não abriu a porta?
Edward: Tchau SeuNome. – escutei um barulho de alguém correndo dentro da casa, tentei olhar mas a cortina na janela não deixava que eu enxergasse lá dentro.
Gemma: Meu irmão.... – ela apontou pra porta. – Ele é um pouco antissocial. Você veio entregar essa caixa?
Eu: Seu irmão, ele é antissocial porquê? – ignorei sua pergunta e a olhei curiosa.
Gemma: Ah, ele teve alguns problemas sabe? Todo mundo tem, mas ele levou a sério demais, algumas pessoas não são forte o suficiente. – assenti. – E então, essa caixa....?
Eu: Ah.... Gemma Styles? É pra você. – estiquei um papel a ela com a caneta azul que eu carregava comigo e a entreguei. – Assina no pontilhado preto. – ela assinou me devolvendo. – Obrigada Gemma, diga ao seu irmão que foi bom conversar com ele.
Gemma: Claro, eu digo sim. – sorriu e foi abrindo a porta enquanto arrastava a caixa pra dentro da casa, desci as escadas e caminhei até o carro, olhei para atrás e observei todas as janelas.

            Eu nunca o vi, e nunca vou vê-lo. Eu não sei como é sua fisionomia e só sei o seu nome, não sei o que ele gosta de fazer, e nem sei sobre sua vida. Mas tinha algo nesse garoto, em sua voz.... que me deixava curiosa, e parecia tão sofrido e triste, que eu sentia uma vontade enorme de protegê-lo, como se fosse uma criança de dez anos de idade, indefesa e sem segurança. Mas independente do que ela tenha eu sei que eu nunca vou poder ajudá-lo, porque com certeza, comigo por perto as coisas nunca dariam certo.

Continua.... 
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19 comentários:

  1. Está perfeita! Continua Camila *-*

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  2. Coooontinua o mais rápido possível, tá perfeito <3

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  3. Ow meu Deus *u*
    Que coisa mais linda a S/N se "apaixonar" pelo Reurie sem vê-lo. Agora senti pena deles dois </3
    Cams, continua por favor ♥x

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  4. coooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooontinua logoooo

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  5. Continua god,ta perfeita!!vê se consegue postar mais 2 cáoitulos hoje?pleaseeeee!!! ^_^



    By:Deborah Bieber Malik Horan ^-^

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    1. Cápitulos* kkk ^-^

      By:Deborah Bieber Malik Horan ^-^

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  6. Posta o proximo capitulo logo pleaseeee!!!!

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  7. Continua por favooooor, eu sou viciada nesse blog e meu deus.. Nao consigo ficar quieta esperando o proximo

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  8. Adorei continua o harry tem que a parecer pra "mim"

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  9. Deixa eu postar my id aque? . Sah

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  10. Quando vai postar All for you?

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  11. ahh meu core esse cap ta tipo... de tirar o folego de quem lê!!!
    ahh Gemma vc sabe que eu te amo né? Mas chegou numa hora nada legal...
    acho com continuar em cams se não eu não aguento!!

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  12. Gostei do jeito como a S/N pensa sobre a vida! Gemma diva <3
    Continua por favor antes que eu tenha outro Heart Attack!
    Nao vejo a hora de ver como os dois irao se encontrar na escola!
    E essa caixa da S/N? Ela parece um pouco misteriosa.... Eu adoroo misterios !!

    Sivério xX

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  13. Oh meu deus, Camila você precisa postar mais!!!!!! Ficou perfeito, isso porque é só o capítulo dois kkkkkkk

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  14. Nooossa essa fic é muito legal....

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  15. To adorando tudo ♥

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  16. Ah as fanfics da camila <3 <3 <3 ....

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